Mapeamento e intervenção

Estudo iniciará com mapeamento do perfil socioeconômico e de saúde da comunidade

Fotos e textos Grace Soares

Moradores da Comunidade Parque das Tribos, localizada na zona oeste de Manaus, participaram esta segunda-feira, 05/07, da 1ª reunião de trabalho do “Projeto Manaós – Saúde da População Indígena no Contexto Urbano”. O estudo é liderado pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia) e tem como objetivo avaliar as condições de saúde da população indígena residente naquela área e sua capacidade de acesso à rede de serviços de saúde na capital.

O encontro aconteceu na área de convivência da comunidade (um espaço amplo e aberto), atendendo a todos os protocolos de saúde, e reuniu diversos comunitários e lideranças locais, dentre elas a cacica Lutana Kokama e o cacique Ismael Munduruku. Foi marcado pela apresentação da proposta do projeto e pela definição, em conjunto, de critérios de seleção dos bolsistas que participarão da coleta de dados.  

No Parque das Tribos vivem, aproximadamente, 3 mil pessoas, concentrando uma população étnica extremamente diversificada, sendo os Tucano, os Saterê-Mawé, os Tariana e os Ticuna as etnias mais numerosas. A pandemia da COVID-19 expôs ainda mais as populações tradicionais residentes em espaços urbanos, o que exigiu maior compreensão das condições de vida a que estão submetidos esses grupos.  

“A organização social de populações indígenas em contexto urbano é um fenômeno relativamente recente e ainda pouco estudado, sendo necessário maior investimento em pesquisa para subsidiar as gestões municipal e estadual na implantação de políticas que ampliem o acesso”, explicou o coordenador do projeto Rodrigo Tobias, pesquisador do ILMD/ Fiocruz Amazônia.

A ação possui um componente de pesquisa importante, voltado para o mapeamento, a coleta de dados epidemiológicos e socioeconômicos, mas também conta com objetivos que visam à intervenção, algo que será possível por meio de oficinas de capacitação e construção de indicadores de saúde que podem auxiliar no acompanhamento das condições sanitárias da comunidade.

Pauta do encontro e primeira atividade a ser desenvolvida no cronograma do projeto, o mapeamento é um desafio que exigirá participação efetiva dos moradores. “Vamos realizar o treinamento com os jovens indígenas que moram na comunidade. Estes jovens irão entrevistar os chefes das famílias, com a finalidade de levantar informações sobre as condições de vida e saúde da área. As informações são muito importantes para identificar quais são as necessidades de saúde da comunidade. O mapeamento irá ajudar planejar e implementar ações de saúde mais adequadas à realidade dos indígenas que moram no Parque das Tribos”, ressaltou Noeli das Neves Toledo, pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e coordenadora da atividade.

Além da UFAM, são parceiras no projeto a Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (COPIME) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI-AM).

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