Projeto Manaós na pauta do GTI Saúde Indígena

Lideranças indígenas, entidades, autoridades estaduais e municipais reuniram-se no auditório da SES para debater sobre desdobramentos do projeto nas amplas esferas  

Fotos e Texto: Grace Soares

“É preciso trazer à luz estudos sobre importantes características das populações indígenas residentes em áreas urbanas de Manaus. Porque estamos nos referindo a uma realidade vivenciada por indígenas de todos os centros urbanos do Brasil”. A fala do pesquisador Rodrigo Tobias, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD / Fiocruz Amazônia), representa a tônica dos debates ocorridos na manhã desta terça-feira, 24/08, no Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) de Saúde Indígena.

A reunião, realizada em caráter extraordinário, foi convocada pela Gerência de Promoção da Equidade em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), e teve como pauta a apresentação do “Projeto Manaós – Saúde da População Indígena no Contexto Urbano”, coordenado pela Fiocruz e desenvolvido na comunidade Parque das Tribos, localizada na zona oeste de Manaus.

“A questão da saúde indígena é um problema, aparentemente, invisível às políticas públicas, porém, visível a todos, a qualquer um que queira ver”, ressaltou Tobias, destacando que a proposta do projeto Manaós é despertar o amplo debate sobre o assunto entre entidades, autoridades do poder público e entre a sociedade civil também.

Para Adelaide Moraes da Mota, Indigenista da Fundação Nacional do Índio (FUNAI-CR-MAO), é urgente conhecer a real demanda desses grupos. “O Amazonas é um estado indígena. É preciso discutir sobre o que está acontecendo com os povos de nossa região, aldeados ou não. Vamos convidar ao debate mais lideranças, instituições locais, para que outros GTI’s surjam e o assunto saia da obscuridade. Como Funai, nos sentimos muito provocados a participar deste movimento iniciado pelo projeto Manaós”, explicou ela.

Moradores do Parque das Tribos também estiveram presentes na ocasião, liderados pela cacica Lutana Kokama. Para ela, que pela primeira vez participou da reunião do coletivo, a parceria com a Fiocruz representa grande progresso para a comunidade rumo à reivindicação dos seus direitos e à melhoria das condições de vida de suas famílias.

Lutana Kokama em sua fala sobre a parceria com a Fiocruz, ao lado do pesquisador Rodrigo Tobias.
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