Rede Unida e Fiocruz Amazônia comemoram dez anos do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia em 6º Encontro Regional Norte

15 de dezembro de 2022/

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e a Associação Rede Unida realizam nesta sexta-feira,16, e sábado, 17, o 6º Encontro Regional Norte da Rede Unida, incluindo um seminário que marca o início das atividades festivas em alusão aos 10 anos do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), comemorados em 2023, juntamente com os demais laboratórios do ILMD. A formalização da estrutura do LAHPSA aconteceu em 13 de dezembro de 2013, muito embora já estivesse atuando como laboratório de pesquisa desde o mês de julho do mesmo ano. O LAHPSA nasce com a missão de ser referência em pesquisa na área de saúde coletiva, atuando com parcerias nacionais e internacionais no desenvolvimento de pesquisas, na formação de pesquisadores, profissionais e gestores de saúde e na divulgação científica em saúde. O encontro será em formato híbrido e terá como tema central “Redes de produção de saúde na Amazônia e parcerias nacionais e internacionais: territórios vivos que transbordam fronteiras”.

O LAHPSA atua também no apoio aos sistemas locais de saúde e aos movimentos sociais, sobretudo os povos tradicionais da Amazônia. Nos 10 anos de existência, tem vasta produção de pesquisas, disseminação científica, formação de trabalhadores e pesquisadores e assessoramento aos sistemas locais de saúde, às organizações dos povos tradicionais e ribeirinhos e demais movimentos sociais, assim como colaborações internacionais em diversas áreas. Para o 6º Encontro Regional Norte, serão realizadas atividades integradas com pesquisadores da Centro-América e da Itália. Durante o evento, a Série Editorial Saúde & Amazônia, da Editora Rede Unida, coordenada por pesquisadores do LAHPSA, lançará novos títulos.

“Com o encontro, damos início à comemoração dos dez anos do LAHPSA, criado com a finalidade de trabalhar as políticas públicas e no diagnóstico de como a saúde se constitui em diferentes territórios, principalmente das populações tradicionais da Amazônia”, explica o pesquisador do ILMD/Fiocruz Amazônia, Júlio César Schweickardt, que chefia o laboratório. Segundo ele, do ponto de vista da história, o LAHPSA contribuiu com o pensar a saúde como processo histórico na região amazônica. O laboratório atua nas áreas de Educação, Informação e Comunicação em Saúde, Epidemiologia e Produção da Saúde, História e Políticas Públicas de Saúde e Modelos Tecnoassistenciais de Saúde.

“Durante esses dez anos, o laboratório, além de liderar várias pesquisas, juntamente com parceiros, das secretarias municipais de saúde e organizações nacionais e internacionais, se constitui num local de reflexão sobre o que é fazer saúde na Amazônia. Além disso, os membros pesquisadores do laboratório também têm participado dos programas de pós-graduação da instituição e colaborado com a formação de pesquisadores, tanto os que hoje atuam nas universidades da região, assim como também profissionais gestores que atuam na implementação de políticas de saúde na região”, afirma Schweickardt.

O pesquisador destaca ainda a importância do laboratório na divulgação do conhecimento através da publicação de artigos, livros, principalmente pela coordenação da série Saúde e Amazônia, que contribuído para o debate sobre as formas de se fazer saúde na região, do ponto de vista das práticas tradicionais, da medicina indígena, da medicina feita com as populações quilombolas, migrantes, parteiras tradicionais e outros grupos. “Temos motivos para comemorar e poder celebrar esses dez anos e também fazer uma análise retrospectiva do que nós já realizamos e também pensar no que a gente ainda, enquanto laboratório e grupo de pesquisa, podemos colaborar e contribuir com os sistemas de saúde e, claro, com a divulgação do conhecimento científico”, disse.

O evento contará também com apresentações e debates sobre temas relativos à educação e ao trabalho em saúde na Região Norte. Parte da programação será desenvolvida em formato híbrido, com participação aberta pela TV Rede Unida e presencial no ILMD/Fiocruz Amazônia. Parte complementar será realizada num deslocamento de barco pelo Rio Negro para participantes convidados, com gravação e disponibilização posterior.

Entre os trabalhos publicados pelo LAHPSA, estão: “Produção do Trabalho e o Programa Mais Médico no Estado do Amazonas – Estudo Avaliativo da gestão do trabalho em saúde na atenção básica: o caso do Programa Mais Médicos no Estado do Amazonas”; “Análise do Programa Mais Médicos no cenário da saúde indígena: estudo de caso no Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Alto Solimões/AM” , “Análise do Programa Mais Médicos: estudo de caso na tríplice fronteira na Amazônia: Brasil, Peru e Colômbia” (2017); “Cenários da Atenção Básica na Amazônia: política, saúde ribeirinha e fluvial, educação permanente e produção do cuidado”; “História da Saúde e das Políticas Públicas de Saúde a Amazônia”; “Redes vivas e práticas populares de saúde: conhecimento tradicional das parteiras e a educação permanente em saúde para o fortalecimento da rede de atenção à saúde da mulher no Estado do Amazonas”, “Territórios, redes vivas e práticas de saúde na Amazônia” e “Bem Viver: saúde mental indígena”.

A CRIAÇÃO

O processo de criação dos laboratórios do ILMD/Fiocruz Amazônia teve início em 29 de julho de 2013, quando foi realizada uma oficina organizada pela então Diretoria de Planejamento (DIPLAN), atual Coordenação Geral de Planejamento Estratégico (COGEPLAN), da Fiocruz, na qual a estrutura “Laboratório” passa a ter um caráter institucional e organizacional, agregando projetos desenvolvidos no ILMD/Fiocruz Amazônia e tendo como núcleo para fins de credenciamento, os servidores concursados. O processo de criação, credenciamento e aprovação dessas unidades foi concluído ainda em 2013, concomitantemente ao processo de reestruturação do organograma institucional (Ata do CD/ILMD de 13/12/2013, que ratificou a estrutura administrativa modificada ao longo do ano e aprovada em reunião do CD/ILMD de 9/12/2013).

Seminário realizado pela Fiocruz Amazônia discute estratégias de vigilância em saúde indígena

25 de outubro de 2022/

Visando discutir estratégias de vigilância em saúde indígena nos contextos urbano e das aldeias na Amazônia, o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) realizou nos dias 17 e 18/10, o Seminário Inova Saúde Indígena. O evento reuniu coordenadores de projetos, alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores, lideranças indígenas, representantes de organismos não-governamentais e dos governos municipal, estadual e federal.

Dividido em duas etapas, o encontro aconteceu na sede do ILMD, no primeiro dia, 17/10, e no Parque das Tribos, no Tarumã Açu, zona Oeste de Manaus, no dia seguinte, 18/10. A iniciativa teve ainda a finalidade de promover o debate e o intercâmbio de experiências entre projetos do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, o Inova Fiocruz, voltados ao fortalecimento do atendimento à saúde indígena nas cidades e aldeias amazônicas. O seminário é organizado pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), com apoio do ILMD/Fiocruz Amazônia, Programa Inova Fiocruz e Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (Procrad Amazônia).

Durante a abertura do evento, Adele Benzaken, diretora do ILMD, destacou o papel da Instituição na elaboração e desenvolvimento de ações de saúde voltadas aos povos originários. “Destaco que estamos na região com a maior população indígena do país e a Fiocruz Amazônia tem um papel decisivo, preponderante, na elaboração e execução de políticas públicas voltadas às populações indígenas brasileiras em especial as amazônicas, tão vulnerabilizadas, sejam nas suas comunidades, sejam nos aglomerados urbanos. faço aqui a homenagem ao protagonismo de tantos pesquisadores, entre os quais me incluo, em realizar estudos voltados aos cuidados com a saúde indígena sempre levando em conta a ampliação do protagonismo de populações locais e indígenas com potencial para acelerar as mudanças necessárias”, explica.

Na programação, composta por painéis e mesas-redondas com temas variados, o público comtemplou o lançamento dos vídeos “Projeto Manaós” e “Fortalecendo o Controle Social Indígena”, resultado da implementação dos dois projetos. Entre os painéis apresentados, foram abordas as seguintes temáticas: “Referência e contrarreferência de pacientes do Ambulatório de Saúde Indígena do Hospital Universitário de Brasília”, “Iniciativas de Pesquisa e impactos na vida dos indígenas na Amazônia”. Os pesquisadores apresentaram ainda os resultados do Projetos Manaós: Saúde Indígena nas Cidades, Caminhos do Controle Social e a Saúde Indígena e Inovando a Vigilância de Envenenamento por Serpentes em Populações Indígenas.

Segundo Rodrigo Tobias, Pesquisador da Fiocruz Amazônia, a ação é uma oportunidade de unir as ações e mensurar resultados dos projetos desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia em prol das populações indígenas aldeadas, ou que vivem nas cidades. “O evento fala sobre projetos no campo do desenvolvimento do sistema único de saúde a partir do subsistema de saúde indígena, são projetos de pesquisa que possuem essa função de intervir a favor da saúde dos povos indígenas, tanto nas aldeias quanto nas cidades. A realização desses projetos, comtemplam grandes impactos como o empoderamento e a autonomia dos indígenas nas cidades. Foi criada uma associação de moradores e indígenas do Parque das Tribos, o maior bairro indígena do Brasil”, destaca.

O evento contou também com a roda-de-conversa “Diálogos e Impressões dos Projetos na Visão dos Indígenas”, com as lideranças indígenas Wanda Witoto, Marcivana Sateré Mawé (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno), Luiz Penha (coordenador de Saúde da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Adelaide Mota Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e GT Interdisciplinar Saúde Indígena, Edgar Hamann – PPG Saúde Coletiva – UnB, Celso Cabral, do Núcleo de Promoção do Respeito à Diversidade (NUPRED), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa-Manaus). O livro “A Saúde Coletiva na Amazônia: redes de pesquisa, formação e situações de saúde e condições de vida” também foi lançado durante o seminário.

Para a Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Ximena Pamela, o seminário foi uma importante ferramenta para agrupar conhecimentos e estreitar relações entre os projetos de pesquisa desenvolvidos nas Instituições. “Essa é uma oportunidade muito importante para nós. Esta triangulação de esforços, de projetos acadêmicos, que fortalecem não só uma linha de pesquisa, mas também uma possibilidade de pensar nas coisas novas que podem sair desses esforços coletivos. Estamos cada vez mais convictos da importância da articulação do melhor que as pessoas desenvolvem nas instituições, para fortalecer, ajudar ao cumprimento dos direitos humanos, do resguardo do meio ambiente e da aprendizagem mútua entre toda esta inteligência coletiva que se reúne aqui neste seminário”, avalia.

O segundo dia de evento, foi marcado por uma visita ao Parque das Tribos, onde a coordenação do evento realizou a oficina “A Vida como ela é…”, com a participação dos especialistas convidados, recebidos pela liderança indígena Lutana Kokama, e a coordenadora de Saúde Indígena da Semsa Manaus, Graciete Carvalho. Localizada no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus, residem na comunidade Parque das Tribos, aproximadamente 2.800 indígenas de diversas etnias. A ocupação da comunidade foi planejada desde 2012, ocorrendo em 2013, tendo, aproximadamente, 35 etnias.

INTEGRAÇÃO

Batizado popularmente como “Projeto Manaós”, a ação conta com financiamento do Fundo de Inovação da instituição e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). O Projeto foi articulado como uma ação colaborativa entre diversos atores envolvidos no campo da saúde indígena, em contexto urbano.

A iniciativa teve como parceiros e participantes ativos na construção e execução das atividades do projeto, indígenas, profissionais de saúde, gestores da saúde, educadores, e instituições como a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM), Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA Manaus), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SEMASC), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (COPIME), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Centro de Medicina Indígena da Amazônia, Grupo de Trabalho Intersetorial de Saúde Indígena da Região de Manaus e Entorno (GTI), e Fundação Nacional do Índio – Coordenação Manaus e Entorno (FUNAI

Fiocruz Amazônia reúne representantes de projetos voltados para a saúde indígena nas cidades

14 de outubro de 2022/

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) dará início na próxima segunda-feira, 17/10, ao Seminário Inova Saúde Indígena, que terá dois dias de duração, com a finalidade de promover o debate e o intercâmbio de experiências entre projetos do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, o Inova Fiocruz, voltados ao fortalecimento do atendimento à saúde indígena nas cidades e aldeias amazônicas. O evento acontecerá na sede do ILMD, no primeiro dia, 17/10, e no Parque das Tribos, no Tarumã Açu, zona Oeste de Manaus, no dia 18/10. No Parque das Tribos, residem atualmente cerca de 2,8 mil indígenas fe etnias diversas. O objetivo é reunir coordenadores de projetos e o público-alvo do seminário, (alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores, lideranças indígenas, representantes de organismos não-governamentais e dos governos municipal, estadual e federal), para discutir estratégias de vigilância em saúde indígena nos contextos urbano e das aldeias na Amazônia.

O seminário é organizado pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), com apoio do ILMD/Fiocruz Amazônia, Programa Inova Fiocruz e Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (Procrad Amazônia). A mesa de abertura do evento será composta  pela diretora do ILMD/Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Ximena Pamela; a vice-diretora de Pesquisa do ILMD, Stefanie Lopes, os pesquisadores Júlio Schweickardt, chefe do LAHPSA e coordenador do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA); Rodrigo Tobias, coordenador do Projeto Manaos; Saúde Indígena nas Cidades; Kátia Menezes, coordenadora do Projeto Controle Social Indígena de Capacitação de Conselheiros de Saúde Indígenas, e Marcus Lacerda, coordenador do Projeto Vigilância de Envenenamento por Serpentes em Indígenas. Tambem estarão presentes as lideranças indígenas Wanda Witoto e Lutana Kokama.

O evento será composto por painéis e mesas-redondas com temas variados, iniciando com o lançamento dos vídeos “Projeto Manaós” e “Fortalecendo o Controle Social Indígena”, resultantes da implementação dos dois projetos. O primeiro painel, às 9h30, terá como tema “Referência e contrarreferência de pacientes do Ambulatório de Saúde Indígena do Hospital Universitário de Brasília”, abordado pela professora-doutora Graça Hoefel, do PPG Saúde Coletiva da UnB. Às 10h, acontecerá a mesa-redonda “Iniciativas de Pesquisa e impactos na vida dos indígenas na Amazônia”, com a apresentação dos projetos Manaós: Saúde Indígena nas Cidades, Caminhos do Controle Social e a Saúde Indígena e Inovando a Vigilância de Envenenamento por Serpentes em Populações Indígenas.

Em seguida, haverá a roda-de-conversa Diálogos e Impressões dos Projetos na Visão dos Indígenas, com as lideranças indígenas Wanda Witoto, Marcivana Sateré Mawé (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno), Luiz Penha (coordenador de Saúde da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Adelaide Mota Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e GT Interdisciplinar Saúde Indígena, Edgar Hamann – PPG Saúde Coletiva – UnB, Celso Cabral, do Núcleo de Promoção do Respeito à Diversidade (NUPRED), da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa-Manaus). Em seguida, ocorrerá o lançamento do edital do livro “A Saúde Coletiva na Amazônia: redes de pesquisa, formação e situações de saúde e condições de vida”.

No segundo dia do seminário, durante a visita ao Parque das Tribos, acontecerá a oficina “A Vida como ela é…”, com a participação dos especialistas convidados, recebidos pela liderança indígena Lutana Kokama, e a coordenadora de Saúde Indígena da Semsa Manaus, Graciete Carvalho.

SOBRE OS PROJETOS

O projeto “Manaós: Saúde da População Indígena em Contexto Urbano”, coordenado pelo pesquisador Rodrigo Tobias, teve os resultados apresentados no último mês de junho, com a entrega do relatório final das atividades do projeto na sede da Associação Indígena e de Moradores do Parque das Tribos. O projeto avaliou as condições de saúde da população indígena, residente na comunidade e sua capacidade de acesso á rede de serviços de saúde em Manaus. Realizado ao longo de 12 meses, o projeto foi aprovado na Chamada Pública 001/2021 Saúde Indígena do Edital Inova Fiocruz, com foco exclusivo no apoio a propostas que dialogam com os objetivos, princípios e pressupostos do Subsistema de Atenção à Saúde indígena (SasiSUS).

Entre as principais atividades promovidas pelo projeto, estão o mapeamento do perfil de saúde e, socioeconômico da população indígena que vive na comunidade, identificando processos de organização sociocultural e política, no acesso aos serviços de saúde, visando fortalecer a rede de atenção à saúde e proteção social responsável pelo atendimento às famílias do território, com o objetivo de priorizar o cuidado mediante o uso dos sistemas tradicionais indígenas de saúde.

A iniciativa de capacitação de conselheiros de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), de Manaus, foi viabilizada por meio de projeto aprovado no Edital de Saúde Indígena nº 1/2021, do Programa Inova Fiocruz. O curso foi uma das 14 propostas contempladas com recursos para a execução das ações e é resultado do trabalho desenvolvido pelas pesquisadoras da Fiocruz Amazônia Kátia Maria Lima de Menezes, doutora em Saúde Pública, e Fabiane Vinente, doutora em Antropologia Social, ambas pertencentes ao Laboratório de Pesquisa em História e Políticas de Saúde na Amazônia (Lahpsa). Também participaram do projeto o doutor em História e Ciências da Saúde Júlio Schweickardt, e a doutora em Medicina Tropical Luciete Almeida, pesquisadora do ILMD.

O Inova Fiocruz foi lançado em 2018 e tem como objetivo fomentar a pesquisa e a inovação, resultando na entrega de produtos/conhecimento/serviços para a sociedade, a partir de pesquisas na área de saúde. A partir do Inova Fiocruz, o Dsei Manaus – um dos 34 distritos sanitários especiais indígenas existentes no Brasil (destes sete estão situados no Amazonas) – foi o primeiro a implantar a iniciativa de capacitação on-line de conselheiros no Estado. A capacitação no formato de Ensino a Distância (EAD) foi oferecida, por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, por ser a ferramenta digital mais utilizada no Amazonas, em razão da instabilidade dos serviços de internet

Fiocruz Amazônia apresenta resultados de estudo sobre saúde da população indígena em contexto urbano

21 de junho de 2022/

Os resultados do projeto “Manaós: saúde da população indígena em contexto urbano”, coordenado por Rodrigo Tobias, pesquisador do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia), foram apresentados nesta quarta-feira, 14/6, durante uma roda de conversa, realizada na Associação Indígena e de Moradores do Parque das Tribos (AIMPT), localizada no bairro Tarumã Açu ramal do Bancrevea – Manaus/AM. A ação foi marcada ainda pela entrega do relatório final das atividades do projeto, que avaliou as condições de saúde da população indígena, residente na Comunidade, e sua capacidade de acesso à rede de serviços de saúde, em Manaus (AM).

Realizado ao longo de 12 meses, o projeto foi aprovado na Chamada Pública 001/2021 Saúde Indígena do Edital Inova Fiocruz, com foco exclusivo no apoio a propostas que dialogam com os objetivos, princípios e pressupostos do Subsistema de Atenção à Saúde indígena (SasiSUS). Entre as principais atividades promovidas pelo projeto, estão o mapeamento do perfil de saúde e, socioeconômico da população indígena que vive na comunidade, identificando processos de organização sociocultural e política, no acesso aos serviços de saúde, visando fortalecer a rede de atenção à saúde e proteção social responsável pelo atendimento às famílias do território, com o objetivo de priorizar o cuidado mediante o uso dos sistemas tradicionais indígenas de saúde.

A atividade de mapeamento e de coleta de dados socioeconômicos e de saúde, movimentou a Comunidade do Parque das Tribos, por meio de atividades que promoveram debates e reflexões por parte dos jovens indígenas que atuam como bolsistas nesta etapa do estudo. Mais de 700 famílias receberam, a visita dos bolsistas, com a finalidade de levantar informações sobre as condições de vida e de saúde da área. Durante a execução do projeto, os pesquisadores realizaram oficinas para orientar sobre a rede de saúde, webinários, formação de lideranças, agentes de saúde e atividades realizadas de forma interdisciplinar com organizações ligadas às causas indígenas, permitiram uma visão mais ampla das demandas dos indígenas que vivem na comunidade.

Além disso, os pesquisadores elaboraram um conjunto de perguntas inerentes ao processo de produção social da saúde-doença, para 35 etnias indígenas que vivem em contexto vulnerável socioambientalmente, nas periferias da capital amazonense. Durante as atividades, foi desenvolvido ainda um questionário de pesquisa que levou em consideração o cadastro familiar do e- SUS e, neste sentido, o módulo proposto pode ser incorporado a ficha das equipes da atenção básica.

O projeto produziu um instrumento que não substitui o formulário do e-SUS e, nem tampouco, do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SasiSUS), entretanto, o instrumento de avaliação das condições sanitárias, de saúde e de vida proposto pelo projeto, pode auxiliar na reflexão dos avanços, fragilidades e desafios da Política de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). Entre diversos benefícios, o projeto ainda apresenta subsídios de análise epidemiológica propostos nos encaminhamentos das Conferências Nacionais de Saúde Indígena, que representam os anseios dos povos indígenas pelo acesso à saúde de qualidade, integral com respeito a perspectiva indígena da saúde.

Localizada no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus, residem na comunidade Parque das Tribos, aproximadamente 2.800 indígenas de diversas etnias. A ocupação da comunidade foi planejada desde 2012, ocorrendo em 2013, tendo, aproximadamente, 35 etnias. Em relação ao acesso à saúde em nível de Atenção Básica, a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima desta comunidade está localizada a uma distância aproximada de 4 km, e a 6 Km de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

INTEGRAÇÃO

A ação conta com financiamento do Fundo de Inovação da instituição e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). O Projeto foi articulado como uma ação colaborativa entre diversos atores envolvidos no campo da saúde indígena, em contexto urbano.

A iniciativa teve como parceiros e participantes ativos na construção e execução das atividades do projeto, indígenas, profissionais de saúde, gestores da saúde, educadores, e instituições como a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM), Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA Manaus), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SEMASC), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (COPIME), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Centro de Medicina Indígena da Amazônia, Grupo de Trabalho Intersetorial de Saúde Indígena da Região de Manaus e Entorno (GTI), e Fundação Nacional do Índio – Coordenação Manaus e Entorno (FUNAI)

Projeto da Fiocruz Amazônia avalia condições de saúde da população indígena na Comunidade Parque das Tribos, em Manaus (AM)

17 de maio de 2022/

Realizado ao longo de 12 meses, o projeto “Saúde da população indígena em contexto urbano: desafios da atenção primária no município de Manaus”, coordenado por Rodrigo Tobias, pesquisador do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA), do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia), avaliou as condições de saúde da população indígena em contexto urbano, residente na Comunidade Parque das Tribos, e sua capacidade de acesso à rede de serviços de saúde, em Manaus (AM). O projeto foi aprovado na Chamada Pública 001/2021 Saúde Indígena do Edital Inova Fiocruz, com foco exclusivo no apoio a propostas que dialogam com os objetivos, princípios e pressupostos do Subsistema de Atenção à Saúde indígena (SasiSUS).

Entre as principais atividades promovidas pelo projeto, estão o mapeamento do perfil de saúde e, socioeconômico da população indígena que vive na comunidade, identificando processos de organização sociocultural e política, no acesso aos serviços de saúde, visando fortalecer a rede de atenção à saúde e proteção social responsável pelo atendimento às famílias do território, com o objetivo de priorizar o cuidado mediante o uso dos sistemas tradicionais indígenas de saúde. Oficinas para orientar sobre a rede de saúde, webinários, formação de lideranças, agentes de saúde e atividades realizadas de forma interdisciplinar com organizações ligadas às causas indígenas, permitiram uma visão mais ampla das demandas dos indígenas que vivem na comunidade.

Outro aspecto possibilitado através deste estudo, foi a construção de indicadores de saúde culturalmente diferenciados, para monitorar e avaliar as condições de vida da população indígena, na capital do Amazonas. “A grande implicação do Projeto, foi de mudança da realidade da vida das pessoas. O Projeto Manaós, além de ter trazido um conjunto de evidências sistematizadas sobre as condições de vida e situação de saúde de populações indígenas, das 35 etnias residentes no Parque das Tribos, em Manaus, também apoiou um conjunto de ações, de mudanças daquele território, entre elas o fortalecimento na autonomia do coletivo indígena em busca de seus direitos”, explica Rodrigo Tobias, coordenador do projeto.

As ações desenvolvidas pelo grupo de trabalho, auxiliaram no processo de reflexão sobre o aprimoramento de sistema de informação em saúde, específico para populações indígenas que vivem em Manaus. Os pesquisadores elaboraram um conjunto de perguntas inerentes ao processo de produção social da saúde-doença, para 35 etnias indígenas que vivem em contexto vulnerável socioambientalmente, nas periferias da capital amazonense. Durante as atividades, foi desenvolvido ainda um questionário de pesquisa que levou em consideração o cadastro familiar do e- SUS e, neste sentido, o módulo proposto pode ser incorporado a ficha das equipes da atenção básica.

A atividade de mapeamento e de coleta de dados socioeconômicos e de saúde, movimentou a Comunidade do Parque das Tribos, por meio de atividades que promoveram debates e reflexões por parte dos jovens indígenas que atuam como bolsistas nesta etapa do estudo. Mais de 700 famílias receberam, a visita dos bolsistas, com a finalidade de levantar informações sobre as condições de vida e de saúde da área.

O projeto produziu um instrumento que não substitui o formulário do e-SUS e, nem tampouco, do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (SasiSUS), entretanto, o instrumento de avaliação das condições sanitárias, de saúde e de vida proposto pelo projeto, pode auxiliar na reflexão dos avanços, fragilidades e desafios da Política de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). Entre diversos benefícios, o projeto ainda apresenta subsídios de análise epidemiológica propostos nos encaminhamentos das Conferências Nacionais de Saúde Indígena, que representam os anseios dos povos indígenas pelo acesso à saúde de qualidade, integral com respeito a perspectiva indígena da saúde.

Localizada no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus, residem na comunidade Parque das Tribos, aproximadamente 2.800 indígenas de diversas etnias. A ocupação da comunidade foi planejada desde 2012, ocorrendo em 2013, tendo, aproximadamente, 35 etnias. Em relação ao acesso à saúde em nível de Atenção Básica, a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima desta comunidade está localizada a uma distância aproximada de 4 km, e a 6 Km de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

INTEGRAÇÃO

Batizado popularmente como “Projeto Manaós”, a ação conta com financiamento do Fundo de Inovação da instituição e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE). O Projeto foi articulado como uma ação colaborativa entre diversos atores envolvidos no campo da saúde indígena, em contexto urbano.

A iniciativa teve como parceiros e participantes ativos na construção e execução das atividades do projeto, indígenas, profissionais de saúde, gestores da saúde, educadores, e instituições como a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (SES-AM), Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA Manaus), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SEMASC), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (COPIME), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Centro de Medicina Indígena da Amazônia, Grupo de Trabalho Intersetorial de Saúde Indígena da Região de Manaus e Entorno (GTI), e Fundação Nacional do Índio – Coordenação Manaus e Entorno (FUNAI).